segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Domingo
Não tem banho de mangueira, não tem violão, não tem brincar de Mês, não tem jabuticaba no pé, não cai manga da árvore. Aonde estão os morcegos da bananeira? Tinha uma pitangueira ali. O pezinho de tomate, coitado, nem tomate dá. Agora tem um prédio nos olhando do outro lado do quintal. 
O cachorro late, o prédio responde...
E logo eu que nunca choro, desabo.
Meu coração apertado assiste passar um ano, dois, dez.
Cadê o cachorro?
E a rede a balançar?
O cheiro de cimento da construção, do tijolo, da areia pra brincar, da brita, da madeira, pra onde foi?
Virou casa.
E a casa, virou o que?
Virou saudade, só se for. 
E só se foi.

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