segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Sem muito se importar com o lugar.
Um quarto quadro em branco, um cenário vazio.
Crua.
A pessoa...vazia.
A ânsia.
Tudo dói,
o amor corrói o peito até não sobrar
mais nada...
mas nada o tempo respeita.
Nem o meu tempo
parado
estagnado
que tenta buscar um tempo
errado
que deixei de viver
por deixar de existir

respeito
ao luto
da própria comédia
sádica
da tristeza que vem
bem-vinda
mas não aceita.

Sorrateiramente:
A depressão chega
pela porta dos fundos
como o jardineiro
sujo de terra, suado
arrumando o jardim
das calhas alheias
das janelas da alma
que vem a calhar
por não ter força
pra cuidar
do próprio jardim



Flávia Lages